Há quem diga que é preciso ler para escrever
Hoje a atenção está cada vez mais dispersa. Com a internet, nunca se teve tanto acesso às letras, aos textos, às imagens. Somos leitores, diversos e em movimento – nos transportes para o trabalho, pelas ruas, na espera de uma consulta, etc.
Lemos de “verdade”? Sabemos ler imagens? Sabemos interpretar, absorver, sentir, refletir sobre as enxurradas de informações que circulam?
São tempos de linguagem cada vez mais simplificada, abreviada, principalmente na internet, em um nível de oralidade, de fala, a escrita segue sem se abreviar, nas palavras e nas páginas. É certo que textos, livros, histórias curtas, ganham força, mas as narrativas longas, não perderam lugar, nem mesmo entre os jovens.
Mesmo entre a pressa, os hábitos, a falta de tempo, temos andado sedentos de atenção, de histórias, livros, textos, filmes que nos fazem sentir, voltar a nos sentirmos mais humanos, menos robôs de nós mesmos e desse automatismo que tem nos tomado n(a) vida, ao menos em sua qualidade. Ainda temos medo do profundo?
E escrevemos a todo momento, cada vez mais perto da mão e do peito. Nas telas, nos papéis, nos jornais, em repostas, comentários, reações em ícones, figuras desenhadas … sobre tudo.
Mas… o que estamos escrevendo? O que estamos lendo? O que estamos criando? Reagimos com a palavra mais do que fazer dela criadora, aprimoradora da realidade: humana, do mundo, dessa vida que levamos, dessa sociedade em que vivemos?!