Crônicas

Nas…

Estamos fechados, entre luzes vermelhas, balões e manequins despidos. No ar o som é de batida, também taças e corpos arrastando o mármore. Corpos se aproximam, mas não colam um no outro. A pele está exposta, pernas de fora até metade das coxas. Olhos vestem máscara cintilante-cetim que não veio do Carnaval.

As batidas circulam, por hora, ultrapassam paredes, voam – devagar e quente, até a rua.

Há portas solitárias, vazias. Ninguém ousou entrar – possibilidades que o corpo sabe e/ou eventualmente des-cobre. Ao redor, fotos das partes, plásticos de vário tamanhos, cores, texturas.

Adentramos.

As mãos experimentam o espaço, mas nada capaz de pulsar com intensidade. Ali no canto, apertado e quente, silêncio.

Os olhos cruzam os cílios. No ar, vozes, sons, vem e vai.

As línguas são quentes e molhadas, buscam lábios e pele. Mistura de doce e sal. Urras em meus ombros.

Gargantas queimam. Lábios assumem forma de círculo.

Seus dedos entre meus dentes. Minhas mãos escorregam.

Olho no olho,

as vozes correm.

Escritora, apaixonada pelas PALAVRAS, poesia, livros, artes, cinema, dança, qualquer coisa relacionada à Arte. Quando escrevo minha mão flutua, se derrama inteira no papel. Meus primeiros passos na escrita como prazer e desejo – da Alma e do Coração, se deram aos meus 13 anos. Ideias, palavras versos, voz(es), imagens chegam para mim, muito natural e espontaneamente, às vezes tão rápido que quase atropelo tudo, mas sempre repenso e edito, o que também me é muito prazeroso de fazer.

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